Saturday, August 12, 2006

O show em São Francisco foi bem legal. O lugar era grandinho, o som não estava lá essas coisas. Sempre fico achando que algo está errado quando o lugar é grande e não microfonam o chimbau. E lá além de não microfonarem o chimbau, não microfonaram o surdo nem o tom. O técnico colocou dois microfones de over, mas sei lá né. Mas parecia que na hora o som tava bens. Ui, bens. E foi a primeira vez que eu bebi desde o desastre do day off em Vancouver. O Paulo da Bizz estava lá e estava entrevistando a gente e eu tomei uma Red Stripe, depois outra, deopis outra, na quarta eu fui abrir e quebrei a garrafa, mudei pra Corona. E minhas costas doíam que nem o inferno e acabou o show eu corri pro hotel, no meio do cenário do clipe do Michael Jackson, mendigos, meth e crack. Daí dormi às duas da manhã, acordei às seis e meia, fui pro ônibus e dormi o caminho todo até LA.
Chegamos em LA umas três da tarde. Descarregamos o equipamento, o show era na cobertura desse prédio em downtown, no meio do Fashion District. Tipo bem vindo ao Bom Retiro. Primeiro que estar no décimo primeiro andar de um prédio em LA não é muito agradável pra mim, eu sou uma pessoa compulsiva em pensar que o terremoto está vindo. Da última vez que eu estive aqui, em 99, eu acordei no meio da noite achando que tinha um poltergeist na minha cama, daí lembrei que estava dormindo no chão mesmo e no fim acabou que era só um terremotozinho, tão ínfimo que as pessoas da casa nem comentaram no dia seguinte. Eu fiquei apavorado e voltei a fumar de nervoso. Enfim. Subimos pelo elevador, claro, né. A pé que não ia ser, e o lugar era um galpãozão todo branco com um eco, um ECO DESGRAÇADO. Tipo fiz um bico e o Eduardo fez outro e em poucos instantes estávamos competindo pra ver quem fazia o bico maior. Montei a bateria, comi uns cookies, Roberta me ligou e veio me buscar. Cat apareceu por lá também e acabamos todo mundo indo almoçar no mesmo japonês em Little Tokyo.
Depois vim na casa de Roberta tomar um banho, fomos num negócio de arte de uma amiga dela e fomos pro show. Tava uma muvuca lá embaixo na porta do prédio pra entrar, furamos a fila, pus a cambada toda pra dentro e quando entrei, o Bonde já tava tocando e o som era uma maré de eco tão alta que dava dor de cabeça. Quando fomos pra perto do palco melhorou bastante. Mas eu fiquei tenso e comecei a beber vodka. Vodka com Red Bull, vodka com suco de maçã, vodka com suco de abacaxi.
Quando subimos pra tocar, eu estava tão bêbado que nem lembrava que o som estava um lixo e fizemos um dos melhores shows da tour toda. Foi tão absurdo, as pessoas gritavam, cantavam as músicas. A polícia parou nosso show três vezes porque o público estava wild. WILD ON. Daí subia um polícia lá e pedia, STEP BACK TWO FEET, STEP BACK TWO FEET PLEASE OR WE HAVE TO STOP THE SHOW. Ahn. Credo, o Carlifornia do caralho.
Enfim. Eu bebi mais depois e vim dirigindo o carro da Roberta, uma perua passat 2008 turbo com aquele câmbio foda que troca de marcha dando tapinhas. Me senti super leitor da Quatro Rodas e quase fumei um charuto. Mas preferi parar no Jack in the Box e comer um sanduíche nojento de peixe frito.