Monday, September 25, 2006

Bob, Bob. I don't have the strenght to get up and take another shot and my best friend the doctor won't even tell me what it is I got... Agradeço minha mãe que me obrigou a estudar inglês com oito anos. Não entendo como alguém que não fale inglês possa ser tão fã de música cantada em inglês. Agora que estou aqui fora tudo faz mais sentido, não que eu goste e que não sinta falta de ver na tv alguém falando tupi guarani. Mas tudo aquilo que eu já ouvi na minha vida faz sentido. Como quando eu cheguei em Londres. Eu nunca tinha ido pra lá. E quando eu entrei no trem em Paris e comecei a ouvir aquele inglês com aquele sotaque esquisito fui aos poucos me situando. E quando cheguei na Waterloo Station, bateu. Beatles, Stones, Bowie. Clash. Clash, caralho. Career Oportunities. Caiu a ficha.
Mas não gostei de Londres, nunca moraria lá. Lá é bom pra ganhar dinheiro, e eu agradeço a deus por isso. Deus, com D maiúsculo. Viva as libras. Viva o Pret a Manger e os sanduíches de carangueijo. E a sopa de cenoura.
Ok, estou bêbado. Bebendo sozinho na salinha do ônibus. O show hoje foi incrível, Washington DC. O Ian do MakeUp estava aqui mas eu fiquei com preguiça de interagir, eu sou anti social. Não curto fazer sala, falar oi, perguntar como vai e o que tem feito. Depois do nosso show fui pro camarim, tomei um banho de duas horas e vim aqui pro onibus. Nosso ônibus é melhor que qualquer camarim.

Sunday, September 24, 2006

Depois do show de ontem, em Asheville eu tomei um banho no camarim e fui pro ônibus. Tinha bebido três cervejas que não caíram muito bem e preferi dormir do que ficar pra ver os Ladytrons. Antes deles entrarem ficamos lá trutando. O Daniel é muito legal. Daí eu dormi tipo meia noite. O gerador do ônibus estava ligado e deuzulaivre, que barulho ele faz. Fica tudo vibrando e eu não conseguia relaxar direito. Peguei meu gel muscular chinês e passei no peito, nas pernas e na nuca. Dois segundos depois me arrependi, aquilo queimava de verdade. Cogitei levantar e tomar outro banho pra tirar aquilo do corpo, mas fiquei com preguiça. Dormi logo depois. Acordei hoje às nove da manhã. Comi o igurte sem gosto que tinha comprado no outro dia, comi pão com brie tomei suco de abacaxi. O ônibus saiu de Asheville umas dez horas da manhã e ficamos o dia inteiro dentro do ônibus. Eu fiquei no skype, no msn, fiz música, dei entrevista. Na hora do almoço comprei o pior jogo para DS que eu já vi na minha vida, Resident Evil. Se você algum dia cogitar em comprar esse jogo, não o faça. É um lixo. Ainda bem que custou só vinte dólares.
Hoje uma imbecil belorizontina (tinha que ser) moradora de Brasília entrou no meu scrap daquela merda de Orkut e deixou uma mensagem dando um toque que eu sou muito "mau educado" (sic) porque não aceito fãs como meus amigos, que quero fazer do meu perfil algo exclusivo e que eu devia fazer um curso com o Gabriel Thomas ou com a Takai (provavelmente ela se esqueceu que ela se chama Fernanda) e com o Jon do Pato Fu. Primeiro, eu não perguntei pra ela o que ela achava de mim. Segundo que o perfil é MEU. Meu. Não é um espaço público. Eu não aceito fãs como amigos porque eles não são meus amigos. Brasileiro acha que só porque eu tenho um perfil no Orkut eu estou me dispondo a ler toda espécie de groselha no meu scrap. Ela acha que eu devia me esconder atrás de um pseudônimo para que as pessoas não me encontrassem.
Eu acho que as pessoas deviam ter semancol e não se acharem no direito de invadir o espaço alheio. Eu poderia sair por aí na rua batendo em velhos e destruindo patrimônio público mas eu não o faço. Não entendo como uma pessoa acha que tudo bem deixar um recado para uma pessoa que ela não conhece falando coisas que não são da sua conta.
Eu não vou sair do Orkut por causa desse tipo de gente. Eu não vou deixar de escrever por causa desse tipo de gente. Eu não vou mudar um centímetro da minha vida por conta desse tipo de escória.

Saturday, September 23, 2006

Asheville, North Carolina. Cidade universitária é sempre legal, mesmo nesses estados de direita. Saímos hoje cedo de Atlanta, dormimos no ônibus lá no estacionamento do clube. Tão bom não ter que ir pro hotel, fazer check in, subir com as malas. Eu já estou na conta de três malas e duas mochilas. Uma das malas é a maior que existe, tipo 40 quilos. Ela está meio vazia, a maioria das coisas que estavam dentro dela eu já despachei de volta pro Brasil. A outra, média grande, está explodindo e tem todas as roupas que eu gosto de usar. E tenho uma pequena, que eu deixo dentro do ônibus, com roupas suficientes para cinco dias. Nela estão minhas duas necessaires também, uma delas deve pesar uns cinco quilos. Saco. Queria ser mais desapegado desse tipo de coisa. Perfume, creme, máquina de cortar barba, óleo de massagem. Quero ver o dia de ir embora pro Brasil. Ou melhor, de ir pra Irlanda. MEDO. Vou despachar tudo pro Brasil daqui e vou fazer a última tour brincando de Devendra. Sujinho.
Hipster or homeless? Hipster or monster?
Gravy. O ônibus parou num posto pra abastecer e na bomba de diesel um cartaz alardeava "100% BEEF". Uma foto de um prato cheio de pedaços de carne boiando em gravy, meu estômago embrulhou e lembrei que sonhei com o Iano, ele tinha comprado um apartamento na Nove de Julho. A última vez que o vi foi naquele show deprimente do Sisters of Mercy, o que me faz lembrar que esse tipo de coisa só deve acontecer no Brasil. Rave ainda vá lá, mas show do Sisters of Mercy tio? Tio, Sisters of Mercy? Deuzulaivre. Enfim.
Tava ouvindo X.
Friends warehouse pain
Attack their own kind
A thousand kids bury their parents
There's laughing outside
We're locked out of the public eyes
Some smooth chords
On the car radio
No hard chords
On the car radio
We set the trash on fire
And watch outside the door
Men come up the pavement
Under the marquee
There's laughing inside
We're locked out of the public eyes


Poizé, estamos fora de alcance da visão desse tipo de gente. Ainda bem. Graças a deus.

Thursday, September 21, 2006

Orlando foi mais legal que Miami. Bem mais legal. Primeiro porque tivemos uma passagem de som quase decente, ainda bem que trouxemos o Mike conosco. Mike era o técnico de som do Babyshambles e agora é nosso. Compramos o Mike até ano que vem. Ele se refere às meninas como "as princesas" e me chama de Ádri. Ele é muito bom, pena que ronca. E os Ladytrons são as pessoas mais fofas do mundo. O Daniel tem uma risada muito boa, a Mira bebe gin. O Reubens usa o cinto de lado e a outra mocinha eu não conheci direito. A baixista parece a Lu Pisani maior e o baterista, o Keith, eu preciso pagar um drink pra ele, ele afinou a minha bateria e agora ela soa como uma bateria, não mais como caixas de papelão. É bom ter uma bateria afinada. Cheers, Keith.

Wednesday, September 20, 2006

Saudades é bom. Ainda mais quando tem dia pra acabar.

Friday, September 15, 2006

Bélgica.
Cerveja e chocolate.
Iés.

Thursday, September 14, 2006

Esse disco é fudido.
Chegamos em Amsterdam ontem às quatro da tarde. Viemos de Londres, Heathrow-Schipol. Eu odeio aeroporto. Eu odeio gente que trabalha em aeroporto. Depois da palhaçada da tentativa terrorista que iam explodir vários aviões, os ingleses adotaram medidas irritantes, mais irritantes que os americanos. O tamanho da bagagem de mão diminiu quatro vezes. Antes podia-se viajar com uma mala até que grande dentro do avião. Agora no embarque eles colocaram uns compartimentos pra você tentar enfiar sua mala dentro pra ver se está do tamanho que eles acham que você não vai conseguir por uma bomba dentro e praticamente é impossível encaixar uma pasta de napa da Le Postiche em promoção. E o que eu faço com meu laptop, meu hd, minha placa de som? Já não estou levando minha necessaire com meus produtos de higiene. Eles não esperam que eu vá despachar meu hd de 250 gigas com toda minha vida dentro, não é mesmo? Ela pede os passaportes. Aqui. Ela pergunta quando e pra onde vamos. Europa Continental, tia. Ela pede o itinerário. Bom, isso já não é da sua conta, você não é da imigração. "It's just part of my job, I need to see your returning ticket". Eduardo abre o laptop e mostra o email com o número de reserva. Daí era hora de checar o tamanho da bagagem de mão. Bom, dei um truque, abaixei na frente do balcão, a mocinha do outro lado não vendo o que eu estava fazendo, tirei metade das coisas da mochila, ela ficou vazia que nem um saco velho e chuchei ela dentro da caixinha de madeira. See, darling! It fits!, falei pra mocinha. Ela sorriu, eu abaixei, enfiei tudo dentro da mochila de novo, falei um Cheers! com o sotaque mais irritante que eu consegui e segui pro embarque. Na fila do embarque, MAIS CAIXINHAS DE MADEIRA! Fiz a louca, passei reto. Consegui entrar na sala de embarque. E antes de entrar no avião, lá estava a porra da caixinha de madeira DE NOVO! Algum carpinteiro inglês ganhou uma nota preta. Passei voado pela caixinha, a mocinha ficou esperando pra checar minha mochila pesada e disforme, quando ela percebeu eu já estava lá dentro do avião. May I see the ticket for your seat?, cantou uma aerovelha fedendo laquê. It's 24D, respondi. No, I have to see it, it's not that I don't trust you, it's just my job. Mostrei o papelzinho pra coitada cheia de ordens pra seguir e corri pra minha cadeira.
Chegando na Holanda: When you're leaving and where to?
The 18th, to London.
May I see your ticket?
We're coming back by van.
Did you know there's the sea between Europe and UK?
Nao diga! Que oficial de imigração mais inteligente!
...
Ainda bem que vamos voltaremos pra lá de van. Daí o maior pesadelo: ir pra Miami do Heathrow. Não quero nem ver o drama que vai ser só poder embarcar com o computador e o passaporte na mão. Deuzulaivre. Eu vou escovar o dente com o que? Com sal? Que ódio. Gente porca.
Preguiça. E ainda MIAMI? Não. Que saudades de Paris. Que saudades.






















Só um toque: inconscequente não é com sc...

Tuesday, September 05, 2006

Bom, se você é uma pessoa desocupada leitora de blogs, deve ter percebido que eu tirei essa merda de blog do ar por uns dias. Então, está feliz que está de volta? Gente, vai ver tv.
Então, estamos aqui em York. Ontem tocamos aqui, anteontem em Glasgow e sim, a Escócia é o lugar. Tipo tem todas as estações no mesmo dia, como em São Paulo, mas lá é realmente tudo mais rápido. Tipo chove, faz sol, frio e calor tudo ao mesmo tempo e tinha barro. Ah, tinha barro. E eu ODEIO barro mais do que brasileiro cheio de pena de sei mesmo achando que o paternalismo é a solução para os problemas do mundo. Bom, mas como eu não vou pisar nesse paisínho de merda tão cedo, não preciso ficar me lembrando que esse tipo de coisa existe. A única coisa boa que eu consigo pensar em voltar, além de ficar com quem eu amo, é que a linha amarela do metrô talvez esteja funcionando! Que ótimo. Mas enfim. Aqui é tudo caro, se pensarmos em dólar. Até em euro é caro, tipo cem euros viram sessenta libras. Cem dólares viram cinquenta libras. E cinquenta libras duram no máximo dois dias, comendo no Pret a Manger, que é tipo cinco libras por um sanduíche e uma sopa e um chá verde. Mas graças a deus eu não preciso pagar minha comida, não é mesmo, minha gente? Ontem por exemplo comemos aqui em York num restaurante italiano, comi pizza de pato com shiitake. Com vinho e musse de chocolate.
Mas definitivamente, se eu fosse morar aqui na europa eu moraria em Paris. Mas isso não é da sua conta, ops.