Saturday, October 21, 2006

GET OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOUT!

Hoje rolou mais uma treta com o tour manager nazista do Ladytron. Nunca comentamos muito isso porque sei lá. Desde o primeiro show ele foi escroto. Ele é sueco, eu não sei como as pessoas se tratam na Suécia, mas levando em conta como os Ladytrons nos tratam, e eles nos tratam MUITÍSSIMO bem, eu chego a conclusão que o Hans, esse é o nome do desgraçado, é um nazista imbecil. No primeiro show, em Miami, estamos pra entrar no palco e ele chega e fala, ríspido: "Vocês estão cinco minutos atrasados, se isso acontecer de novo eu vou ser obrigado a cortar o set de vocês". Como nem sabíamos quem era aquela pessoa tão caricata, começamos a nos perguntar em português quem era aquele imbecil e subimos no palco. Depois as coisas foram ficando cada vez mais tensas, ele atrasando cada vez mais a passagem de som do Ladytron e nós a cada dia com menos tempo pra passar o som.
Até que o mal estar se instaurou em Lawrence, Kansas. Estávamos todos animadíssimos de tocar lá, no mesmo teatro que tocamos da outra vez com o Diplo. Chegamos cedinho, fomos nos mesmo brechó que conhecemos da outra vez, almoçamos com o Daniel num italiano incrível, tomamos sorvete. Daí na hora de passar o som, o drama. Teríamos quarenta minutos pra montar nosso equipamento e passar o som. Só que o povo do teatro estava com dificuldade para patchear os cabos dos nossos monitores. Enquanto eles iam ligando os cabos, eu ia passando a bateria. Depois o baixo, depois a guitarra da Ana, blablalba. Daí quando finalmente íamos passar os monitores do palco, o Hans, ou Cakes, como o apelidamos, chegou e ficou pressionando o Mike, nosso técnico, dizendo que só tínhamos mais dez minutos antes dele mandar abrir as portas.
Agora eu pergunto, quem decide que horas as portas abrem é o promoter da casa, não um tour fucking manager. Mas tudo bem, começamos a passar uma música e de repente o microfone do bumbo da bateria parou de falar. Continuamos passando a música e o Cakes veio pra perto do palco e avisou o Eduardo que ele ia abrir a porta. Tudo bem, disse o Edu, pode abrir, a gente tá acabando de passar a música. Eu estava lá preocupado com o som do bumbo, quando eu vejo, o Cakes está em cima do nosso palco, gritando com as meninas. Ele está com as duas mãos na guitarra da Luíza Sá, tipo pra ela parar de tocar, gritando GET OUT, GET OUT, como a Donatella do Saturday Night Live. Ele gritava na cara da Lovefoxxx GO AWAY, GO AWAY!, tipo dando um piti mesmo, desses bem da bicha louca. Eu fiquei olhando pra cara dele. As meninas desceram do palco, atordoadas, eu continuei lá e comecei a tocar de novo a bateria, falando no microfone AREN'T YOU GONNA TELL ME TO STOP? SWEDISH ASHOLE. Saí da bateria e o povo que estava já lá na frente do palco não entendendo nada. Ele gritou com as meninas na frente do público. Meu sangue estava fervendo. Eu peguei minhas baquetas e saí pelo teatro procurando o desgraçado, eu ia enfiar as baquetas na cara dele. Fui pro ônibus, as meninas chorando e eu descontrolado falei: EU NÃO VOU TOCAR HOJE. Pronto, mal estar. Fomos lá, desmontamos o palco, conversamos com os fãs que estavam lá e viram o desgraçado dar escândalo. Não entendo porque ele mandou a gente parar. Era problema NOSSO se estávamos passando som na frente do público. Já estávamos acabando, era mais um minuto. O mais legal é que tinha um povo do Pitchfork ali na frente do palco e ligou pra gente no dia seguinte querendo fazer uma matéria sobre a "guerra do CSSXLadytron". Calma, não era pra tanto, disseram. Eu por mim já jogava a merda no ventilador aquele dia. Filho da puta, só grita com menina. Nem chegou perto de mim pra mandar eu parar de tocar. Pussy.
Depois desse dia eu nunca mais olhei na cara dele, só aquele dia que eu olhei pra tentar mirar a garrafa de Dr Pepper na cabeça dele.
Daí hoje, aconteceu de novo.
Austin, Texas. Puta cidade do caralho, o lugar do show era do caralho. Passamos o som direito, porque depois daquele dia em Lawrence os Ladytrons tem passado o som mais cedo para nós termos mais tempo pra passar o nosso. Daí acabada a passagem de som, fomos pro camarim. Chegamos lá, era um só pras duas bandas. O Cakes estava no cantinho no computador, nem olhamos pra ele, sentamos no sofá, pegamos uma cerveja. Deu dois minutos, o desgraçado levantou e falou "Temo que vocês tenham que ficar no ônibus hoje, podem sair daqui." "I'm afraid you'll have to hang out in the bus". Ce tá com medo, codorna sueca? É bom ficar mesmo porque de agora em diante você vai ver o que eu faço quando não gosto de alguém.
Eu nem olhei na cara dele, saí da salinha. Pronto, peguei raiva da banda inteira agora. Estou com bode do Ladytron inteiro por causa desse filho da puta sueco do caralho. Pau no cu de after party, pau no cu de remix do caralho, pau no cu do caralho alado. Eu quero que eles todos peguem fogo com todos aqueles teclados caros. Diga-me com quem andas e direi quem você é. É tipo isso. Dai no meio de This Month, na paradinha, dediquei a música pro Hans. I'll be rude, I'll be rude, so rude. E quando a música acabou, eu insisti e falei "essa música é dedicada ao tour manager do Ladytron". E a Love emendou,"He's a very mean man". "Yeah, he's an asshole". Pau no cu. Agora que só faltam dois shows, acabou a amizade, pra mim a piada tá pronta.