Wednesday, October 18, 2006

Los Angeles.
Chegamos muito cedo, viemos direto de São Francisco. Acordei umas oito da manhã com uma tarefa um pouco assustadora: conseguir um táxi em menos de uma hora pro Fe ir pro aeroporto. O ônibus estava parado na porta do John Aston Ford Theater, Cahuenga Boulevard. O google é o melhor amigo do homem nessas horas, achei o endereço certo do lugar com CEP e tudo. Peguei uns cinco números de táxis, na quarta tentativa consegui um que me garantiu que em quinze minutos uma unidade me atenderia. E veio mesmo, quando Jimmy, nosso motorista, veio nos chamar senti um gostinho de vitória. Los Angeles é uma cidade muito muito muito esquisita. É um Grand Theft Auto ao vivo. Bem, Fe foi pro aeroporto, eu fiquei arrumando minhas coisas. Achei meu celular que estava perdido fazia dias, acho que desde Portland. Ele caiu no buraco negro da minha mochila do computador e eu estava quase desistindo de procurar e comprando outro. Liguei pra Roberta, ela estava levando o marido dela em algum lugar e combinamos de encontrar lá pela uma da tarde.
Cochilei, joguei Lara Croft, fiquei na internet. Lá pelas onze e meia todos fomos pra uma sessão de fotos ali perto de Hollywood, em Thai City que eu jurava que era Korea Town. Eu, Luíza e Ira fomos no primeiro táxi. Chegamos lá no prédio do estúdio de fotos e uma placa avisava que aquela área tinha uma contaminação de tabaco e que estando ali e lendo aquilo você estava ciente que você poderia vir a ficar doente e até morrer e caso você estivesse grávida seu bebê poderia ficar defeituoso. Que simpático! Ficamos esperando o outro táxi com o resto do povo uma meia hora e nada, torcendo para não adoecermos e morrermos e caso estivéssemos grávidos, que nossos bebês nascessem sãos e perfeitos. Quarenta minutos depois, Edu ligou e disse que o outro táxi não tinha chegado até aquela hora e que era bom que nós fôssemos comer alguma coisa. Achamos um japonês/coreano e a comida era bem boa. Roberta chegou e fomos tirar as fotos. Era um editorial de moda, medo. Escolhi um cardigan de moletom mescla, me deram uma camiseta horrorosa com uma esfinge doirada com um tecido azul cintilante meio transparente e uma calça de bicha do Ultra Lounge. Fiquei deprimido e resolvi não reclamar pra tudo acabar mais rápido. Roberta não parava de falar e foi ótimo, o tempo passou mais rápido. Acabamos a sessão às cinco da tarde, voltamos pro teatro pra passar o som. Fui no carro com a Carol e a Luíza Sá. De novo o táxi dos outros não foi e voltei lá com a Roberta pra buscá-los.
Montamos nossas coisas rapidinho, passamos o som, ficou bem bem bom. O John Aston Ford Theater é um anfiteatro ao ar livre, atrás do palco havia uma montanha, uma floresta, tudo bem bucólico. Acabamos a passagem de som fui pro camarim, enchi meio copão de vodka com red bull e suco de cranberry e fui lá na mesa da mercha com a Robégua. O Rob, que vende as merchas do Ladytron estava muito azedo e tinha organizado uma fila imensa pra começar a vender. Só que ele ainda estava organizando as camisetas e bottons. Roberta aproveitou que a fila passava na frente da nossa mesa e vendeu muito pro povo da fila. Muita gente comprava nossas coisas e saía da fila sem comprar as coisas do Ladytron. Adoro a Roberta. No fim da noite ela tinha vendido mais de mil e duzentos dólares contra a média de setecentos dólares quando deixávamos tudo na mão do Rob. Enfim, ema ema ema. Fizemos o show, foi muito muito muito foda. O som estava incrível, as pessoas estavam ensandecidas, eu tomei mais uns quatro copos de vodka e pelo fim do show eu já estava possuído. Eu ficava oferecendo drinques pra todo mundo, HERE, GET SOME JESUS JUICE. E quando eu vi a garrafa de Absolut tinha acabado. No more Jesus Juice for me. Aproveitei que o Ladytron estava tocando e ia lá no camarim deles roubar bebida. O Cakes, o imbecil tour manager nazista deles, tinha colocado uma menina pra tomar conta do camarim deles. Eu fazia a louca e entrava lá falando com a Roberta "What drink Dani asked for? Gin? Vodka? Oh, yeah, vodka!" Daí eu enchia o copão de vodka e ainda pedia pra menina me arrumar um red bull. Quando o show deles estava acabando, como sempre fazemos, eu, Carol e Roberta fomos lá do lado do palco ficar mexendo com o Daniel. Uma hora o Cakes veio e enxotou a gente de lá, "Get out, get out, you can't stay here". Daí eu estava um demônio e gritei pra ele "Did you buy this land we're standing?", mandei ele se fuder. Carol me puxou pra fora do backstage, fomos la frente da pista e eu tive a brilhante idéia de jogar o conteúdo da minha garrafa de Dr.Pepper na cabeça do lazarento. Subi num platozinho que tinha do lado da pista e mirei. Girei a garrafa e, ui. Caiu tudo na cabeça do Stan, o técnico de backline. Daniel viu a cena e quase caiu no chão de tanto rir. Carolina ficou roxa de vergonha e me largou sozinho lá em cima daquela pedra, Robégua falou "Nó, véio, que paia, errou tudo". Enfim, o show acabou, fomos pro camarim, eu fiquei me desculpando com os Ladytrons, todo mundo muito bêbado e feliz. Fomos pra festa do Steve Aoki e só lembro do ocorrido porque tirei muitas fotos. E a pior ressaca moral: eu dei meu moletom preferido dAmonstro pro Steve Aoki. Saco. Puta que pariu.